Pode
uma carta de correio azul demorar mais de dez dias a chegar de Coimbra a
Coimbra? Pode. Isso aconteceu comigo. E qual a reflexão? É que os Correios estão
a funcionar mal, digo mesmo, muito mal. Desde que privatizaram os Correios ao
preço da uva mijona, o descalabro é exponencial. Os novos donos dos Correios
ávidos do lucro, fecharam balcões, despediram, desqualificaram, desinvestiram
no serviço postal.
Um
balcão de correios vende tudo, é uma espécie de loja de chinês. E se tivermos
sorte, o funcionário ainda nos pergunta se queremos comprar a lotaria. É uma
verdadeira feira da ladra, onde há de tudo para o “menino e para a menina”.
O
serviço postal é fundamental para a economia do país. Cada vez que uma carta se
atrasa, há, possivelmente, alguma instituição pública ou privada, cidadão ou
empresa que fica à espera; há documentos que não chegam e prazos que não se
cumprem. Esta gente que comprou parte do país a retalho vive na impunidade e a
entidade reguladora assobia para as Berlengas.
É
preciso dizer que os Correios prestam um péssimo serviço postal, que desonra a
sua história e não merece, neste momento, qualquer contemplação.
Haja
decoro.
António
Vilhena
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