Adoro
mulheres de todas as idades, há nelas a mão divina que acertou o traço pelos
olhos do poeta, deu-lhes a geometria do corpo e da alma, fez delas a música que
embala o desejo e cultiva a paixão.
Vem
isto a propósito do escritor francês Yann Moix (50 anos) que declarou, à
revista Marie Claire, que as mulheres,
depois dos cinquenta anos, são velhas para serem amadas. Este escritor francês,
premiado, traduzido, com uma história de vida nada fácil – como ele refere -,
assume que “não precisa de responder ao tribunal do gosto”.
Podia
discorrer sobre alguns traços de personalidade, mas não seria justo nem
intelectualmente honesto. O homem que, também é escritor, tem toda a
legitimidade de ir para a cama com quem quiser. Cada um vê nos seus fantasmas a
misoginia seletiva que explica muitas das suas opções. Um escritor tem, também,
uma responsabilidade social que não deve esquecer em qualquer circunstância. E
Yann Moix esqueceu essa responsabilidade. A sua infeliz afirmação tornou-o,
infelizmente, mais conhecido do que desejaria.
Mas
ficamos a saber pelo próprio Yann Moix, a propósito do seu livro Naissance (2013), que "A vida de Yann Moix contada por
Yann Moix é insuportável de se ler. Uma escrita ilegível que conta uma vida
inabitável, isso é demais para mim. A vida é curta demais para ler a longa vida
de alguém como Moix."
António Vilhena
Gostei do que li!
ResponderEliminarParabéns.