sábado, 25 de novembro de 2017

INFARMED: a ditadura do "quero, posso e mando".


O caso Infarmed está muito mal explicadinho. Neste país ainda há quem pense que basta querer para que as coisas aconteçam, principalmente, se for a pedido de um bairrista que se julga acima de quase todos. Não tenho nada contra a deslocação de serviços, mas o caso Infarmed parece-me uma decisão atabalhoada, mal gerida politicamente e, pior do que tudo, cheira a “negócio”. O pressuposto de que fazia parte do pacote, caso a candidatura `Agência Europeia do Medicamento fosse para o Porto, gorou-se com a vitória de Amesterdão. O pressuposto não faz mais sentido e é preciso repensar tudo, começar de novo. A deslocação de serviços não pode ser a pedido, tipo discos pedidos.

Mas as instituições são feitas de pessoas de carne e osso, com famílias e vidas organizadas. O Irfarmed tem quase 400 trabalhadores, estes têm responsabilidades em função do seu posto de trabalho, têm filhos e escolas, amigos, uma rede construída ao longo dos anos. Alguém pensou nisto? Acho que não. E, por isso, este ovo estrelado ainda vai saltar para queimar as mãos de quem tomou a decisão. Por mim, acho que o António Costa não pode meter a cabeça na areia e argumentar com os pressupostos ultrapassados. Neste país quando não se tem problemas inventam-se. Assinarei qualquer manifesto contra esta decisão.


                                                                                                                                      António Vilhena

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