As
verdades não se afogam na água suja, embora os ingénuos pensem que a sujidade
encobre quase tudo. Quando ditamos a alguém histórias e estórias há sempre um
certo jeitinho para formatar o que pode vir a ser manchete. A verdade não se
inibe perante o tempo, embora os ingénuos se deixem inebriar pelos elogios dos
que servem, talvez, sem terem consciência.
Vem
isto a propósito do livro de Bruno Carvalho, que não é de Bruno Carvalho. A
consequência disso é que o verdadeiro autor foi despedido pela TVI. Independentemente
das verdadeiras razões laborais, o que me deixa perplexo é imaginar que alguém
pode confiar um segredo ao Bruninho, ciclotímico, narcisista e histriónico.
O
herói, que agora quer ser vítima, talvez não saiba que deixou muito rasto
apetecível para se escreverem muitos livros pela sua passagem no Sporting. Eu
conheço alguns colaboradores e familiares que estão caladinhos, mas com vontade
de falar. Haja decoro e filtros para tanto lixo.
António Vilhena
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