segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Portugal para os que dão o litro.


Somos porreiros, somos excecionais, somos campeões, somos tolerantes e acolhedores; somos parcimoniosos com fascistas, promovemos os que mataram, os que transpiram ódio e defendem o regresso ao passado. Somos um país de brandos costumes, com uma alma que chega para quase todos. Às vezes, não chega para os que dão o litro, para os que se esforçam e envelhecem à espera que a esperança traga alguma novidade.

Temos o melhor Ministro das Finanças da Europa – que coisa maravilhosa! -, numa altura em que os populismos saem à rua e se formam novos partidos acenando aos saudosistas. Temos alguma imprensa que confunde liberdade com audiências. Temos tanta gente a precisar de estudar, urgentemente, História – diria que basta o século vinte onde encontra muita matéria que justifica o esforço.

Vivemos tempos de retrocesso civilizacional, onde os Trumps, os Bolsonaros e outros escalam a Democracia para ascenderem ao poder. Há muita responsabilidade na esquerda que foi capturada pelo grande capital, que se deixou engravatar para participar nas cimeiras dos senhores do mundo. A resposta é uma luta sem tréguas aos que põem em causa as conquistas da civilização, os direitos e o desenvolvimento e, principalmente, os valores do humanismo.

Se não o fizermos, estamos a ser cúmplices e não estamos à altura das responsabilidades dos que deram a vida por tudo o que somos e conquistámos.


António Vilhena


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