Somos
porreiros, somos excecionais, somos campeões, somos tolerantes e acolhedores;
somos parcimoniosos com fascistas, promovemos os que mataram, os que transpiram
ódio e defendem o regresso ao passado. Somos um país de brandos costumes, com
uma alma que chega para quase todos. Às vezes, não chega para os que dão o
litro, para os que se esforçam e envelhecem à espera que a esperança traga
alguma novidade.
Temos
o melhor Ministro das Finanças da Europa – que coisa maravilhosa! -, numa
altura em que os populismos saem à rua e se formam novos partidos acenando aos
saudosistas. Temos alguma imprensa que confunde liberdade com audiências. Temos
tanta gente a precisar de estudar, urgentemente, História – diria que basta o
século vinte onde encontra muita matéria que justifica o esforço.
Vivemos
tempos de retrocesso civilizacional, onde os Trumps, os Bolsonaros e outros
escalam a Democracia para ascenderem ao poder. Há muita responsabilidade na
esquerda que foi capturada pelo grande capital, que se deixou engravatar para
participar nas cimeiras dos senhores do mundo. A resposta é uma luta sem
tréguas aos que põem em causa as conquistas da civilização, os direitos e o
desenvolvimento e, principalmente, os valores do humanismo.
Se
não o fizermos, estamos a ser cúmplices e não estamos à altura das
responsabilidades dos que deram a vida por tudo o que somos e conquistámos.
António Vilhena
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