segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Beja: vergonha de comboios.


Os que mandam neste país não andam de comboio, e quando vão ao Alentejo levam carro. Mas, infelizmente, ainda há quem precise de usar o comboio. Diga-se que é uma opção inteligente. Quem vai para Beja não sabe se chega e quando chega. Ao longo do tempo o serviço degradou-se tanto que o melhor é não ter expectativas. Os sucessivos governantes têm relegado o Baixo Alentejo para uma periferia degradante.

Quem governa as autarquias, e muitas são governadas por socialistas, têm um certo pudor em confrontar o governo – percebe-se mas não se justifica. O governo anuncia um novo aeroporto nas barbas do Lisboa e com vista para o de Beja; anuncia o maior terminal de comboios para o norte; anuncia a ampliação do Metro de Lisboa; anuncia, anuncia, mas o Alentejo espera e desespera.

Apetece perguntar se a cumplicidade silenciosa dos autarcas do Baixo Alentejo justifica tanta parcimónia com quem não retribui. Os alentejanos são um povo ordeiro, mas, quem conhece a sua história, sabe, também, que o balão não enche eternamente. 

É tempo da diáspora alentejana erguer a voz contra a cidadania de segunda a que os sucessivos governos condenaram os que vivem para além do Tejo.

António Vilhena

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