quinta-feira, 7 de março de 2019

O Sol é uma Mulher.


Escrever sobre o Dia Internacional da Mulher sem pieguices; pensar as mulheres não como mulheres, mas como seres humanos; pensar as mulheres como bibliotecas milenares onde é possível ler a história da humanidade: mães que perderam os filhos nas guerras desde a Antiguidade, assalariadas que ganharam o pão que o Diabo amassou, meninas que venderam a infância, avós que contaram os tostões para o pão, atrizes que temeram perder o palco.

Amo as mulheres, sem elas eu era um bicho triste. Escrever sobre a mulher é amar os homens, sem os ismos que viraram moda e são negócio. Sempre defendi as mulheres sem pensar que eram mulheres; sempre respeitei as mulheres como respeito um homem; sempre amei a beleza das mulheres como admiro a beleza que não tem sexo.O modelo cultural de séculos não se muda por decreto, mas pelo exemplo. O inconsciente colectivo não pode ser subestimado - há muita pedra bruta a polir.

Quando o meu filho deixa uma menina entrar primeiro no elevador, eu sei que ele está a ser educado – mas alguns ismos dirão que essa é uma manifestação subliminar do machismo ancestral. Lembro sempre a diferença que Natália Correia fazia: “Sou feminina, não feminista”. Eu diria, sou homem, não sou feminista. Não preciso de ser feminista para defender as mulheres. Indigno-me todos os dias contra a violência sobre as mulheres. Comemoro todos os dias o Dia Internacional da Mulher.

António Vilhena

1 comentário:

  1. Obrigada, caro António!
    Fossem mais assim na superfície da terra...
    Todos os dias são próprios para comemorar os mais belos quadros da vida...
    Bem- haja!
    Ivone

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