Natália
Correia faleceu a 16 de Março de 1993, no Dia da Liberdade de Informação, uma
terça-feira. A última vez que estivemos juntos foi no dia 13 de Março, em
Leiria, na apresentação de um livro do poeta Adalberto Alves. A sessão decorreu
no Castelo de Leiria, depois seguiu-se um jantar, onde não faltou uma Natália
feliz e exortando os amantes e os livres-pensadores.
Morreu cedo, mas a tempo
de não assistir à decadência do país que tantas vezes profetizava. Foi amada, mal-amada,
foi aclamada, invejada, oportunisticamente usada, foi solidária, fraterna e,
principalmente, incompreendida. Muitos dos que hoje falam dela nunca sentiram
as suas mãos frias, nunca a viram chorar, nunca saberão como essa mulher era
frágil e forte. Amei-a na intimidade da poesia que nos juntou. Não tivemos
tempo de dizer adeus.
António
Vilhena
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