Eu
sei que há uma posição e uma oposição; uma verdade hoje e a mesma que deixa de
o ser amanhã; uma construção que deixa de ter sentido em função do sentido da
construção. Ao longo dos anos vimos manifestações, protestos, comunicados,
resoluções e muitos estudos que consumiram imenso dinheiro público. Ficámos
fartos de tanta gente iluminada e de tanto profeta que nunca acertava na
lotaria – mas tinha sábias opiniões sobre a bitola, a cor das carruagens, o
vento a norte e a sul, a descida que sobe, depende se se vai para a Lousão, ou
se vem de Miranda.
Haja pachorra para tanta estultícia com punhos de renda e
gravata às riscas numa camisa às bolinhas. Haja bom senso e bom gosto e sentido
útil para transformar a coisa ínfima no sorriso maior da coisa pública. Digam-me
que não é verdade que o chamado “Metro” vai sair do papel. Digam-me que não é
verdade que o “Metro” vai andar por aí! Digam-me que vamos continuar a dizer
mal, porque é preciso que o desejado seja, ainda, mais desejado se não existir.
Vem um primeiro-ministro dizer que o “dito” vai mesmo andar por aí, que o
impossível vai mesmo acontecer e os Velhos do Restelo, melhor, de Coimbra,
continuam a gritar que isso é impossível, que é um opróbrio, que é a
diabolização das utopias.
Sim, os Velhos de Coimbra, aqueles que são jovens,
mas que veem tudo a preto a branco, não querem acreditar que o tal “Metro”, é
mais do que um sistema de mobilidade, é a mudança necessária para requalificar
a cidade e reorganizar todo o sistema de transportes. Diga-me que não é verdade
que em dois anos se vai fazer o que não se fez em muitos. Digam-me que estou a
sonhar e que estes socialistas não existem. Digam-me que o tal “Metro” não vai
existir.
António
Vilhena
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